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Projeto Fisioterapia Cidadã

por kesia última modificação 15/02/2016 17h48

Curso Proponente: Fisioterapia

Docente Responsável pelo Projeto: Carla Brito

Carga Horária Semanal: 5hs       Horário Semanal: terças-feiras 13:30 às 17:30 (fixo) e horários  complementares para acompanhar as ações/atividades do projeto e reuniões.

Técnicos/as envolvidos/as: não se aplica

Carga Horária Semanal: ---      

Horário Semanal: ---

 

1. INTRODUÇÃO

 

O Centro Universitário Metodista faz parte de uma rede mundial de instituições educacionais mantidas pela Igreja Metodista, composta por mais de 700 estabelecimentos de ensino entre básico e universitário localizados em 67 nações. No Rio Grande do Sul (RS), o Centro Universitário Metodista compõe a Rede Metodista de Educação, complexo que se verifica pela integração de quatro grandes instituições tradicionais no Estado que demonstram na história mais de um século de existência educacional.

Na segunda metade do século XVIII, foi criada uma instituição educacional na capital gaúcha, no ano de 1885: uma escola preocupada com as camadas empobrecidas e destinada à educação de mulheres. Na região oeste do Estado, na cidade de Uruguaiana, fronteira com a Argentina, já funcionava desde 1870 um colégio misto, de inspiração protestante francesa huguenote, que, adquirido na primeira década do século XX por missionários norte-americanos, vai somar-se à implantação do trabalho educacional metodista em terras rio-grandenses. A essas duas instituições pioneiras na oferta de um projeto educacional diferenciado ao modelo tradicional vigente, na capital e na fronteira-oeste do Estado do Rio Grande do Sul, somar-se-ia, ainda, a partir de 1919, na cidade de Passo Fundo, a criação do Instituto Educacional. Em 1922, ano do centenário das missões metodistas dos Estados Unidos da América do Norte, no coração do Estado, na cidade de Santa Maria, missionárias norte-americanas da Igreja Metodista Episcopal do Sul dos Estados Unidos, em homenagem à efeméride brasileira, denominam o colégio que acabavam de fundar como Colégio Centenário. No ano seguinte, na capital gaúcha, viria a ser fundado o Porto Alegre College, o Instituto Porto Alegre (IPA), que daria, anos mais tarde, o nome da mais nova instituição educacional metodista gaúcha criada na primeira década do novo século que atualmente se inicia: o Centro Universitário Metodista.

O Centro Universitário Metodista, mantido pelo Instituto Porto Alegre da Igreja Metodista (IPA), tem sua origem, no Colégio Americano, criado em Porto Alegre em 1885, inicialmente para a educação de mulheres e no Porto Alegre College, criado em 1923. A partir daí as duas escolas que deveriam ser complementares desenvolveram-se separadamente, vindo a constituir-se em dois dos mais importantes estabelecimentos escolares de Porto Alegre, apenas com a educação básica.

Na década de 1970 ambos os colégios implantaram cursos de educação superior na área da saúde, delineando-se o que futuramente seria sua identidade institucional: o compromisso com os direitos humanos, na perspectiva da inclusão dos diferentes. No IPA foram criados, a partir de 1971, os cursos de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. No Americano, por iniciativa da mantenedora: Instituto Metodista de Educação e Cultura (IMEC), desenvolveram-se, no mesmo período, os cursos de Nutrição, Fonoaudiologia, Administração Hospitalar e Turismo.

Ainda no contexto da celebração dos 250 anos de educação metodista no mundo todo, em consonância com o tema central mundial da Conferência da IAMSCU de 2001 - “Educação para a Responsabilidade Humana no Século XXI”, criava-se, um ano depois, a Rede Metodista de Educação no sul do país. Nesse grande projeto inovador metodista de virada de século, na perspectiva de manter-se capaz de dar continuidade à sua trajetória histórica na educação e atender às demandas originárias da virada do século.

Em 2002, a educação básica das duas mantenedoras educacionais metodistas da capital gaúcha foi integrada em uma apenas – o IMEC, no Colégio Metodista Americano. Assim, o IMEC desenvolveria a educação básica e, o IPA, a educação superior - voltando-se, com isto, este, à vocação para a qual foi originalmente fundado: ser uma instituição semente da Universidade Metodista no Sul do Brasil.

A transferência dos cursos superiores do IMEC para a mantenedora IPA, possibilitou a elaboração do projeto de transformação das faculdades metodistas gaúchas em Centro Universitário Metodista. O credenciamento como Centro Universitário Metodista ocorreu em 11 de outubro de 2004, com a publicação da portaria 3.186 do Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Diário Oficial da União.

É importante destacar que o Centro Universitário Metodista tem se constituído como referência em educação superior na área das ciências da saúde. Aos cursos tradicionais da saúde, das duas antigas faculdades que o originaram, foram agregados os de Enfermagem, Farmácia, Biomedicina e Psicologia. Seus cursos são reconhecidos por sua alta qualidade, expressa pela competência dos profissionais egressos, amplamente aceitos pelo mercado de trabalho, onde atuam com responsabilidade e compromisso com a melhoria da qualidade de vida da população, em particular, da população em situação de risco social. Atualmente, conta com mais de trinta cursos de graduação em todas as áreas do conhecimento.

A profissão de Fisioterapeuta surge no Brasil no início da década de 60, quando uma comissão do Conselho Federal de Educação publica o parecer n° 388/63. O processo de definição da profissão de Fisioterapeuta ocorreu em 13 de outubro de 1969, quando foi publicado o Decreto-lei nº 938. O artigo 2°, desse decreto, caracteriza o fisioterapeuta como sendo um profissional de nível superior, enquanto o artigo 3° destaca como atividade privativa do fisioterapeuta, a execução de métodos e técnicas fisioterápicas.

A lei nº 6.316, de 17 de dezembro de 1975, decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República, cria o Conselho Federal (COFITO) e os Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO). A partir do estabelecimento dos CREFITOs e da definição da profissão, criaram-se diversos cursos de graduação em Fisioterapia dentro do território nacional.

 

O Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Metodista IPA foi o segundo curso de Fisioterapia criado no estado do Rio Grande do Sul, tendo o seu início no ano de 1980. Todo o fundamento pedagógico do curso, bem como as atividades elaboradas pela coordenação, juntamente com o corpo docente e representantes do corpo discente estão alicerçadas na Missão Institucional da Igreja Metodista, que preconiza “[…] promover o desenvolvimento educacional e do indivíduo através da consciência crítica, de atitudes solidárias e de compromisso com a transformação da sociedade.”

Todos os currículos, inclusive o vigente, foram criados enfatizando o ensino por meio da prática profissional em saúde, a fim de que o profissional atenda as necessidades do mercado de trabalho e do sistema de saúde existente no país.

 

A proposta curricular do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Metodista IPA mostra-se comprometida com as normas preconizadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, à medida que prima pela formação de profissionais fisioterapeutas competentes e que privilegiem a atenção humanizada à saúde, por meio de ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação de forma individual e coletiva; sejam capazes de pensar criticamente na busca de soluções pertinentes às situações vivenciadas nas rotinas de suas atividades práticas; realizem suas funções respeitando os princípios da ética e bioética; tenham a capacidade de trabalhar em equipe, respeitando e aprendendo com o outro; desenvolvam a capacidade de liderança com compromisso, responsabilidade, empatia e habilidade, na tomada de decisões de forma efetiva e eficaz; estejam sempre abertos a novos conhecimentos e aprendizagens, tanto na sua formação teórica, como na sua prática; sejam capazes de produzir conhecimentos por meio da pesquisa e de levar estes conhecimentos à prática profissional e à população como um todo.

 

 

2. JUSTIFICATIVA

 

Segundo as Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista (Art. 25), “O ensino formal praticado em nossas instituições não se limitará a preparar para o mercado de trabalho, além disso, igualmente, deverá despertar uma percepção crítica dos problemas da sociedade. As instituições superarão a simples transmissão repetitiva de conhecimentos, buscando a criação de novas expressões do saber, a partir da realidade e expectativa do povo”.

A partir desta premissa e, em consonância com a Missão Institucional, busca-se:

  • Desenvolver consciência crítica da realidade;
  • Compreender que o interesse social é mais importante que o individual;
  • Exercitar o senso, a prática de justiça e a solidariedade;
  • Alcançar a realização como fruto do objetivo comum;
  • Compreender que dentro da perspectiva cristã, útil é aquilo que tem valor social;
  • Despertar a consciência crítica e sensibilizada para a justiça e o relacionamento com outras áreas do conhecimento humano.

 

A partir de atividades que espelhem idoneidade moral, caráter humanitário responsabilidade e comprometimento profissional, pretende-se colaborar para a aquisição de competências fundamentais para o exercício profissional consciente. 

 

3. OBJETIVO GERAL

 

Colaborar na construção de um/a acadêmico(a) cidadão/ã preparado para  desenvolver ações de cidadania através do seu fazer profissional.

           

4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 

- Constituir-se em um espaço de construção de identidade a partir da conscientização social, política e cultural na formação da cidadania profissional;

- Conscientizar os alunos através de ações de solidariedade e cidadania;

- Preparar o cidadão acadêmico, desenvolvendo habilidades para trabalhar para e com o cidadão (de cidadão para cidadão);

- Oportunizar aos acadêmicos um espaço de formação continuada;

- Oportunizar situações de convivência, criando vínculos entre alunos de diferentes semestres e diferentes cursos;

- Buscar relacionar os conhecimentos técnicos com a aplicabilidade para a vida real, extrapolando a excelência da técnica fisioterapêutica;

- Aproximar alunos de diferentes disciplinas e semestres na busca de maior ligação e descoberta de ações conjuntas;

- Servir como campo de exploração para a prática de disciplinas, de forma a alimentar o saber produzido na sala de aula com o conhecimento empírico apreendido a partir da comunidade;

- Constituir-se como campo de pesquisa fomentando a parceria com o ensino;

- Participar de eventos sócio-comunitários, estendendo as ações do projeto a um maior número de pessoas. 

 

5. PÚBLICO A SER ALCANÇADO: acadêmicos do Centro Universitário Metodista do IPA; alunos dos ensinos fundamental e médio do Colégio Americano; funcionários e professores das Unidades de Ensino da Rede Metodista de Educação em Porto Alegre.

 

6. ATIVIDADES

 Subprojetos Cidadãos

- Liga da Justiça: grupo de discussão sobre as questões sociais que envolvem o fazer profissional e qual deve ser e até onde deve ir a ação de cada profissão, respeitando os direitos e cidadania do sujeito. 

Parceiros: cursos de serviço social, direito e psicologia.*

 

- Enxergar além do que se vê: ampliar os horizontes do acadêmico em relação às suas possibilidades de ação profissional, extrapolando os limites da técnica específica da profissão na construção de saberes compartilhados com outras áreas.                                                                                                       

Parceiros: todos os cursos de graduação* 

- De professor e fisioterapeuta, todo mundo tem um pouco: a partir da habilidade em aprender e ensinar que todos podem desenvolver, compartilhar e multiplicar conhecimentos.                   Parceiros: cursos de nutrição, educação física, licenciaturas.* 

- O que fazer enquanto você está fazendo: estimular o aluno à formação complementar e não restrita ao currículo do curso.                                                                        Parceiros: Pró-Reitoria de Extensão e Ação Comunitária e Pró-Reitoria de Pesquisa* 

- Dando asas à criatividade: Reconhecimento e aproveitamento de habilidades dos acadêmicos não diretamente envolvidas ou solicitadas nas atividades acadêmicas.                    

  Parceiros: Curso de música, educação física, design de moda, publicidade e propaganda, terapia ocupacional. *

 - Cuidar de si para cuidar do outro: desenvolvimento prioritário do auto-cuidado. Estar bem para oferecer o melhor de si para o outro.                                                      Parceiros: todos os cursos da saúde e Pastoral Escolar e Universitária. *

 Que bom que você veio: atividades de acolhimento ao calouro e boas vindas a todos alunos no início de cada semestre.                                                                         Parceiros: todos os cursos, setor de comunicação, setor de vestibular. *

 - Como é bom estar aqui: estímulo à criação de espaços de convivência e lazer dentro da Instituição.                                                                                                           Parceiros: cursos de arquitetura, turismo, psicologia*

*Os cursos e setores indicados são apenas sugestões que servirão como mola propulsora para o início das atividades.

 Estratégias

  • Atividades de Educação em Saúde Escolar: educação infantil, ensino fundamental e médio
  • Atividades de Educação em Saúde para Acadêmicos e Funcionários da Rede Metodista de Educação de Porto Alegre
  • Grupos de Auto-Cuidado
  • Grupos de Discussão
  • Grupos de Leitura e Cinema
  • Grupo de Talentos
  • Organização de Atividades Esportivas e de Lazer
  • Pesquisa, através dos dados coletados e organizados a partir das atividades realizadas
  • Organização de Eventos: cursos, workshops, oficinas, etc.

 

7. AVALIAÇÃO DO PROJETO

 

O projeto passa por um processo de auto-avaliação permanente através da observação, acompanhamento, reflexão e discussão das atividades propostas. Através de reuniões semanais a professora responsável, juntamente com os alunos, avaliará todas as atividades desenvolvidas na semana e programarão as próximas atividades a serem realizadas. 

Todas as atividades realizadas pelo projeto serão avaliadas periodicamente pelos seus proponentes, idealizadores, assim como pelos participantes e colaboradores.

Como indicadores de avaliação serão considerados os seguintes itens: discentes e docentes envolvidos com as atividades; articulação do projeto com outros cursos do Centro Universitário Metodista, do IPA; triangulação da graduação com a pesquisa e a extensão; participantes atingidos com as propostas do projeto e implementação efetiva das atividades previstas.

 

8. CRONOGRAMA: todas as atividades são realizadas ao longo de todo ano letivo, sofrendo pausa apenas durante as férias acadêmicas. 

 

9. INFRAESTRUTURA/NECESSIDADES

  • 2 alunos bolsista (5 horas)
  • As atividades organizacionais/administrativas poderão ser realizadas na sala dos professores.

 

10. FUNÇÕES/ ROTINAS DOCENTE  RESPONSÁVEL E TÉCNICOS/AS ENVOLVIDOS/AS

 

A professora responsável pelo projeto terá a função de planejar, supervisionar, executar e coordenar as atividades desenvolvidas no projeto juntamente com os acadêmicos, além de elaborar relatório que registrem as atividades realizadas no período.

O grupo de trabalho composto pela professora responsável e acadêmicos desenvolverá as atividades previstas, participando ativamente de todas as etapas do projeto, desde a idealização, execução e avaliação do trabalho realizado.

 

11. SUSTENTABILIDADE: inicialmente, existe a possibilidade de algum retorno financeiro através da realização de cursos, oficinas, workshops, etc., organizados em parceria com o curso e/ou programas de extensão. 


12. REFERÊNCIAS
:

 

ALMEIDA FILHO, Naomar. Transdiciplinaridade e o Paradigma Pós-Disciplinar na Saúde. Saúde e Sociedade. v.14, n.3, 2005.

 

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília. DF: Senado, 1988.

 

BRASIL. Lei n. 8.080, 19 de setembro. 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. O SUS é legal: legislação federal e estadual. Porto Alegre. SES/RS, 2001.

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde. Departamento de gestão da Educação em Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

 

CECCIM, Ricardo Burg. Educação Permanente em Saúde: descentralização e disseminação de capacidade pedagógica na saúde. Ciência &Saúde Coletiva. 10(4), 2005.

 

CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IPA. Projeto Político Pedagógico do Curso de Fisioterapia, 2005 (mimeo)

 

CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IPA. Projetos de Extensão para o ano de 2006: Relatório e Encaminhamentos da Assessoria de Extensão e Ação Comunitária, 2005 (mimeo)

 

PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

 

SALTINI, Cláudio J. P. Afetividade & inteligência. Rio de Janeiro: DPA, 1997.

 

SCHÖN, Donald A. Educando o Profissional Reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2000.

 

TAVARES, M.S; SIMÕES, .A; POGGETTO, M.T; SILVA, SR. Interface Ensino, Pesquisa, Extensão Nos Cursos de Graduação da Saúde na Universidade Federal Do Triângulo Mineiro. Rev. Latino-Am Enfermagem, 2007.

 

TEIXEIRA, L. A Importância do movimento humano na relação homem/trabalho: Aspectos Posturais. IV SIPAT do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo, IME-USP, 1996

 

WESTPHAL, Marcia Faria. Promoção da saúde e Prevenção de Doenças. In: CAMPOS, Gastão et al (orgs.) Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec; Rio de janeiro: Ed. Fiocruz, 2006.