Curso de Enfermagem do IPA promove conscientização durante Outubro Rosa
O Outubro Rosa tem como objetivo discutir a importância do diagnóstico precoce e do tratamento do Câncer de Mama. Ele marca a luta contra a doença ao redor de todo o mundo, estimulando a participação da sociedade, de entidades e empresas. O Câncer de Mama é o tipo mais comum da doença entre as mulheres, depois do Câncer de pele, chegando a um total de 25% dos casos novos a cada ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).
O INCA estima que 57.960 novos casos da doença serão registrados neste ano, por isso é importante alertar a todos a respeito dos fatores de risco, da prevenção e tratamentos da doença. Inclusive, os homens também precisam estar atentos, pois apesar de rara entre pacientes do sexo masculino, com cerca de 1% do total de casos, a doença se torna cada vez mais comum.
Fatores de risco e sintomas
Não é possível indicar uma causa única para o Câncer de Mama, mas existem diversos fatores que estão ligados ao risco de desenvolver a doença. Ela é mais comum entre mulheres, principalmente a partir de 50 anos. Mas além disso, o INCA indica que existem fatores:
Endócrinos - Como idade da primeira menstruação menor que 12 anos; menopausa tardia, depois dos 55 anos; primeira gravidez após os 30; não ter tido filhos e uso de contraceptivos orais e de reposição hormonal, principalmente por tempo prolongado.
Comportamentais ou do ambiente - Ingestão de bebida alcoólica; tabagismo; sobrepeso e obesidade após a menopausa e exposição à radiação ionizante, presente na radioterapia e em exames de imagem como raios X, mamografia e tomografia computadorizada.
Genéticos/hereditários - Presença de mutações em determinados genes transmitidos na família, especialmente BRCA1 e BRCA2. Mulheres com histórico de casos de câncer de mama em familiares consanguíneos, sobretudo em idade jovem; de câncer de ovário ou de câncer de mama em homem, podem ter predisposição genética e são consideradas de risco elevado para a doença.
Durante o autoexame, a paciente deve ficar atenta também a alguns sintomas como: nódulos; inchaço em parte da mama; caroços, inclusive nas axilas; descarga papilar (saída de secreção líquida, sanguinolenta ou transparente); retração da pele da mama; dor, descamação ou inversão do mamilo; vermelhidão; tecido da mama com aparência “casca de laranja”.
Diagnóstico precoce e tratamento interdisciplinar
O Curso de Enfermagem do Centro Universitário Metodista – IPA realizou no último dia 11 um evento para discutir o assunto e conscientizar a comunidade. A mesa-redonda coordenada pela professora Cibeli de Souza Prates, discutiu o Cuidado Interdisciplinar no Tratamento do Câncer de Mama. Com a presença de profissionais como Nutricionista, Enfermeira, Mastologista, Fisioterapeuta e Psicóloga, a mesa ressaltou a necessidade do diagnóstico precoce que oferece chances altíssimas de cura ao paciente, de até 95%.
“A região Sul do Brasil é a que possui maior índice de Câncer de Mama (74,30/100mil), conforme a Estimativa de Câncer do INCA de 2016. Por isso, temos que sensibilizar as mulheres sobre a importância da detecção precoce desta doença e sobre os fatores de risco pelo qual podemos intervir através de hábitos saudáveis”, declara Cibeli.
Segundo a professora, a interdisciplinaridade é fundamental para que as pacientes recebam um tratamento adequado, completo e que atenda a todas suas necessidades. Os profissionais da saúde devem enxergar a mulher de forma holística e os cuidados devem vir desde auxiliar a paciente a lidar com as emoções de adoecer, até uma alimentação balanceada para o tratamento do câncer e atividades de retorno à vida diária.
“A mulher que vivenciou o câncer de mama certamente passa a valorizar mais sua vida, e as pequenas coisas que antes lhe incomodavam deixam de ter um valor significativo. Então, ela buscará estar mais próxima da sua família, viverá mais intensamente cada dia, sempre buscando coisas que lhe tragam felicidade. Desta forma, irá melhorar sua qualidade de vida. Os grupos de apoio, de dança, de teatro, voluntariado, etc., contribuem muito para este retorno à vida diária e lhes trazem motivação”, comenta a docente.
A professora Cristine Kasmirscki também ressalta a importância das atividades físicas, da aproximação da família e de leituras como maneiras de auxiliar as pacientes. “Frente ao diagnóstico de câncer de mama, a mulher vive momentos de imensa angústia, medo, tristeza e ansiedade. Com o apoio da equipe multidisciplinar, os profissionais ajudam a paciente a identificar as necessidades para adaptação à sua doença avaliando os impactos físicos, psicológicos e psicossociais”, relata.
Cristine completa: “por se tratar de uma doença complexa, a interdisciplinaridade deve estar presente tanto na prevenção, detecção precoce, diagnóstico e no tratamento. A assistência deve estar centrada no paciente, traçando planos de ações em conjunto, garantindo ao paciente uma atenção integral”.
Participação dos alunos
Alunos do curso de Enfermagem apresentaram seus trabalhos relacionadas ao tema, desenvolvidos na disciplina de Saúde do Homem e da Mulher. Entre eles estava o trabalho Diagnósticos de enfermagem em pós-operatório de mastectomia: uma revisão da literatura, considerado destaque pelos professores.
Juarez Ramos de Oliveira Junior, de 27 anos, é aluno do 6° semestre de Enfermagem e conta que realizar a pesquisa foi um processo muito enriquecedor. “O estudo surgiu da necessidade de apontar o que se tem sobre os principais diagnósticos de enfermagem utilizados nesse perfil de pacientes. Sabendo que o cuidado de enfermagem se faz através de um processo sistemático, é preciso identificar os problemas desta mulher que foi submetida a mastectomia para que se possa desenvolver e aplicar cuidados de enfermagem baseados em evidências”, esclarece.
Além de apresentarem seus trabalhos, os estudantes ajudaram na organização e realizaram a distribuição de um folder explicativo sobre a prevenção, tratamento e fatores de risco sobre o Câncer de Mama, elaborado pelo curso de Enfermagem.
Próximo evento
No dia 27 de outubro, o IPA promove o encontro “Outubro Rosa – Unidade IPA DC Navegantes”. A abertura do evento será às 19h, com a participação da Pastoral, Reitoria e representantes da Coordenação da Unidade DC logo após haverá uma palestra sobre “Saúde e Proteção da Mulher Vítima de Violência” ministrada por Ana Lúcia de Leão Dagord.
Na programação ainda consta um momento de Reflexão sobre o Câncer de Mama com a professora Cibeli Prates, e o encerramento com o Sarau Cultural. O Outubro Rosa é um movimento comemorado em todo o mundo. O nome remete a cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o Câncer de Mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. Todas as ações realizadas por empresas e instituições são direcionadas a conscientização da prevenção pelo diagnóstico precoce.